quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Câncer

Abrigo


E quando me machuca, eu busco ombro por dentro, em mim.
E não há lar que me faça esquecer.
E não há dor que me impeça de permanecer só.
É aqui onde busco abrigo, onde não sou expulso, nem julgado. Onde posso sangrar em paz.
Me encontro nos caminhos em que deveria me perder.
Me conheço onde deveria desconhecer.
Mas sei o antídoto que cura a dor, que domina o monstro preso as correntes do ser que se denomina eu.
As mágoas formam cicatrizes incuráveis, como golpes sem hora para acabar.
Mas não as jogo fora, as guardo em gavetas compactadas, para que sempre haja espaço para novas.
E para que um dia todas possam ser revividas, sofridas, e vencidas.
Eu como um todo, sou o que acolhe o flagelo da dor.

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