Sou o mar estreito entre dois rios;
Sou a lua entre nuvens numa noite
nebulosa;
Sou o dia sem sol;
Sou as folhas secas de uma árvore de
outono;
Sou palavras desconhecidas de um
livro inacabado;
Sou verdade, e sou mentira;
Sou tudo que não deveria;
Sou ácido que corrói entre os
pulmões;
Sou sangue que percorre as veias e
escorrem pelas mãos;
Sou a canção sem refrão;
Sou o lado torto da linha reta;
Sou o fio que se rompe;
Sou o rabisco de um lápis sem ponta;
Sou a série sem fim;
Sou estrela que não brilha em noite
estrelada;
Sou animal feroz;
Sou carne indefesa;
Sou surrealismo por dentro;
Sou frio que aquece;
Sou morte deliberada;
Sou humano como todos nós;
Sou tudo aquilo que te faz me querer,
tudo aquilo que te faz beirar o erro e se juntar às pedras no fim do penhasco.
Sou teu desamor pela dor, sou teu
sentimento mais completo e inacabado.
Sou seu a espera do “sou sua”.
Sou eternamente,
Sou seu.
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